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A cada 60 minutos uma criança ou adolescente morre no Brasil atingida por um disparo de arma de fogo
m março de 2019 a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou dados de um estudo que avaliou casos de crianças e adolescentes feridos por armas de fogo.
Segundo a pesquisa, que observou ocorrências de 1997 a 2016, aproximadamente 145 mil pessoas, com idade inferior aos 19 anos, morreram por resultado de disparos efetuados por armas de fogo. A cada 60 minutos uma criança ou adolescente morre em decorrência de ferimentos por disparos acidentais ou intencionais no Brasil. Somente no ano de 2016 foram contabilizados mais de 9,5 mil óbitos deste tipo, o dobro de casos registrados há vinte anos atrás. (4,846 ocorrências no ano de 1997).
Atualmente, o governo do Presidente Jair Bolsonaro, tem apoiado e flexibilizado o acesso de armas de fogo à população. Um novo decreto, publicado no Diário Oficial da União (DOU) em maio de 2019, permite que indivíduos a partir de 14 anos possam praticar tiro desportivo apenas com a autorização de um dos responsáveis legais. Anteriormente, a prática desta modalidade para menores de 18 anos só era permitida por meio de uma autorização judicial.
Em um país onde mortes de crianças e adolescentes, por conta de disparos de armas de fogo, crescem a cada ano, não é possível prever as consequências de facilitar e flexibilizar o armamento civil. Contudo, grande parte da população não está de acordo com estas novas medidas. Uma pesquisa do Ibope realizada em março de 2019 demonstra que 61% dos entrevistados é contra a flexibilização da posse e 73% contra o porte de armas. Confira.



Do virtual ao real
s armas de fogo foram as principais ferramentas utilizadas nos massacres de Realengo (RJ) e Suzano (SP). Um fato que se pode destacar em ambas ocorrências é que os autores dos crimes publicaram na internet prenúncios do ataque, em textos de discurso de ódio, vídeos e fotografias onde posavam com revólveres.
Como citado anteriormente (Ato I - Eu Sou), a mídia pode exercer papel determinante no processo de autoafirmação do futuro assassino, podendo se tornar veículo para que o ódio do mesmo seja disseminado. O Ministério Público (MP) de São Paulo abriu investigações, em março de 2019, para averiguar se uma organização criminosa online teria contribuído para a realização do atentado de Suzano. A polícia apreendeu computadores utilizados pelos responsáveis pela chacina e as investigações apontaram que ambos participavam de um fórum virtual extremista na deep web (conteúdo não indexado por mecanismos de busca padrão).
Caso seja comprovado que esta organização online auxiliou ou aconselhou os assassinos a praticarem o massacre, essa pessoa ou grupo de pessoas poderá responder por organização criminosa ou mesmo por participação direta do ataque.
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