uito se discute sobre uma possível influência da mídia sobre crianças, adolescentes e a população de modo geral. De fato, a mídia tem sido objeto de pesquisa há séculos pelo papel que exerce na sociedade.
Denomina-se mídia o conjunto dos meios de comunicação responsável por transmitir e propagar variados tipos de produtos e informações. São diversas as plataformas utilizadas como meios de difusão de conteúdo, dentre estas pode-se citar a televisão, internet, rádio jornais e revistas. A busca pela informação movimenta este universo midiático, seja para o entretenimento, trabalho, estudo ou para estar por dentro de tudo que ocorre em um determinado local.
Neste sentido, o jornalismo atua com a função de levar à população as notícias e acontecimentos de maneira clara e, na teoria, imparcial. Atualmente no Brasil a população recorre a diferentes meios midiáticos para buscar informações.
M

Fonte: IBGE
televisão e a internet são, portanto, os meios mais procurados pela população brasileira para obtenção de informações e por isso podem exercer papel determinante na visão que os receptores terão do conteúdo divulgado.
Em vista disso, vem à tona o tratamento que a mídia dá a ocorrências criminais. Em casos de grande repercussão nacional, em especial de crimes hediondos, a mesma mídia que tem função de informar de modo neutro, em grande parte dos casos transforma a tragédia em palco de um grande espetáculo.
A
.png)
TRAGÉDIA EM PAUTA
![]() | ![]() | ![]() |
---|---|---|
![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() |
![]() |
ste modelo sensacionalista é mal visto e até mesmo desencorajado em outras nações. Uma medida interessante, que reforça a luta contra a espetacularização de crimes pela mídia, foi tomada pela primeira ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern. Em um caso recente de massacre no país, onde um extremista matou 50 muçulmanos em uma mesquita, a estadista afirmou durante uma coletiva de imprensa no parlamento que nunca pronunciará o nome do assassino.
“Com este ato terrorista ele buscava várias coisas, entre elas notoriedade, por isso jamais me ouvirão dizer seu nome”, expressou Ardern. A ministra também incentivou a nação a dar visibilidade e sensibilizar-se com as vítimas do atentado. “Peço a vocês, digam os nomes dos que morreram no lugar do nome do homem que provocou tais mortes”, finaliza.
De acordo com a Psicoterapeuta e Neuropsicóloga Veridiana Barrionuevo e Christian Costa, Diretor do Centro de Estudos de Comportamento Criminal (CECRIM), o indivíduo que comete um crime hediondo, a exemplo de um massacre em escola pública, pode apropriar-se de conteúdos midiáticos relacionados a atentados anteriores e utilizá-los como inspiração para a realização do seu próprio. A partir deste ponto, a mídia que somente deveria informar passa a servir como referência para o futuro homicida. Graças ao sensacionalismo e à extrema valorização do ato criminoso, pode haver um vislumbre do alcance e “reconhecimento” que o assassino receberá quando cometer a chacina.